Quando falamos que o autoexame de mama é simples, é porque realmente se trata de um procedimento fácil e que qualquer pessoa pode aprender a realizar. Geralmente, ele pode ser feito de três formas: em frente ao espelho, no chuveiro e, até mesmo, deitada.
O ideal é se autoexaminar uma vez por mês, sete a dez dias após o início da menstruação, para a mulheres que ainda menstruam. Já aquelas que estão na menopausa podem escolher qualquer dia, desde que façam dessa prática um hábito. Veja, a seguir, como realizar o autoexame, na prática.
1. Observação em frente ao espelho
O modo mais comum de fazer o autoexame de mama é em frente ao espelho. Para tanto, você vai precisar de um espelho grande, que permita a visualização do seu tronco. Primeiramente, posicione-se de pé em frente ao espelho, colocando as mãos na cintura.
Depois, observe o tamanho, o formato, bem como o contorno das suas mamas. Analise se existe alguma alteração na pele dos seus seios, principalmente, no mamilo e na aréola. Cheque se o sutiã deixa marcas em apenas uma das mamas, pois isso pode indicar um eventual inchaço.
Na sequência, solte os braços e os deixe ao lado do seu corpo, e visualize as mamas mais uma vez. Por fim, levante os braços e preste atenção se há uma alteração na região dos seios.
2. Palpação em pé no chuveiro
Mais do que um momento para relaxar, o banho também pode ser uma ótima oportunidade para conferir se a sua saúde está em dia. Comece deixando a sua coluna ereta e colocando a sua mão esquerda atrás da nuca, mantendo o seu cotovelo para cima.
Leve a mão direita até a mama esquerda e a palpe, usando a ponta dos dedos. Faça movimentos em círculos e com firmeza, com cuidado para não exagerar na força. Inicie a apalpação na axila e vá movimentando a sua mão até o mamilo.
Enquanto está palpando, é necessário analisar se a área apresenta pontos mais densos ou com caroços. Repita os movimentos circulares nas axilas para verificar se existe algum nódulo que possa ser percebido.
É bastante comum haver muita dificuldade neste processo. As mamas apresentam irregularidades e o fato de serem compostas principalmente por gordura e tecido glandular – que têm diferentes densidades – faz com que a palpação possa simular diversos “pequenos nódulos”. Assim, é importante termos em mente a importância do autoconhecimento.
Se possível, examine suas mamas logo após o exame clínico de um médico. Entenda que aquela é a palpação “normal” da sua mama. Ter esse conhecimento do que é o seu “normal” permitirá a identificação de uma alteração, caso ela venha a aparecer.
Em seguida, pressione o mamilo e observe se sai algum líquido desconhecido. Troque os braços de posição e repita todos os processos para examinar a mama direta.
3. Apalpação deitada
O autoexame também pode ser feito enquanto você está deitada. Deite-se em sua cama e coloque um travesseiro, preferencialmente fino, embaixo do seu ombro esquerdo, depois coloque a mão esquerda atrás da cabeça.
Utilize a mão direita para palpar a mama esquerda, sempre fazendo movimentos circulares com a ponta dos seus dedos, e observe se existe alguma alteração. Feito isso, posicione o travesseiro embaixo do seu ombro direito e refaça o processo para examinar a mama direita.
Como identificar problemas?
Na maioria das vezes, o câncer de mama pode ser identificado pelo autoexame a partir do desenvolvimento de um nódulo rígido e irregular no interior da mama, que raramente causa dor. Porém, esse não é o único sintoma da doença ao qual você deve dar atenção. Saiba, abaixo, quais sinais também devem ser observados:
- pequenas lesões ou feridas nas mamas;
- irritação com ardência, coceira ou vermelhidão ao redor do mamilo, que não melhora com tratamento antialérgico;
- inchaço que altera o tamanho ou o formato da mama;
- secreção que sai espontaneamente pelo mamilo, sobretudo quando sai somente de uma mama e não da outra;
- caroço na axila ou na mama, que pode ser percebido com o toque;
- veia em estado dilatado e que aumenta de tamanho na mama fora do período de gestação/amamentação;
- área retraída ou afundada, que afeta o contorno da mama;
- alteração na textura da mama que se assemelha a rugas ou “casca de laranja”;
- alterações novas no mamilo, que fica invertido (virado para dentro) ou desviado para um dos lados.
Quais são os fatores de risco?
O desenvolvimento do câncer de mama não tem uma única causa. Porém, sabe-se que ter familiares com histórico da doença significa um fator de risco. Diante disso, é recomendado procurar saber se as mulheres da sua família já tiveram câncer de mama, o que contribui para a sua detecção.
Outros fatores de risco para o câncer de mama são:
- idade a partir de 50 anos;
- gênero feminino;
- mamas densas (com muito tecido glandular) nas mulheres na menopausa;
- menopausa tardia, depois dos 55 anos;
- histórico pessoal de lesões de alto risco para desenvolvimento de câncer;
- obesidade;
- ingesta de álcool mais do que duas vezes por semana;
- sedentarismo;
- tabagismo.
É importante ressaltar que alguns hábitos do estilo de vida da pessoa também podem contribuir para o desenvolvimento da patologia. Entre eles, não ter filhos ou ter a primeira gestação após os 35 anos, não amamentar, uso prolongado de pílulas anticoncepcionais e terapia de reposição hormonal.
Quando procurar um profissional especializado?
Como o risco de câncer de mama aumenta progressivamente com a idade, as sociedades médicas de mastologia, ginecologia, oncologia e radiografia preconizam que a mamografia seja realizada anualmente a partir dos 40 anos a fim de identificar qualquer lesão suspeita e permitir a investigação de maneira pouco invasiva.
Importante ressaltar que a ultrassonografia e a ressonância magnética podem eventualmente ser solicitadas por seu médico como método complementar à mamografia, mas nenhum desses outros métodos a substitui.
Caso a pessoa identifique algum sinal da doença durante o autoexame de mama, é fundamental buscar ajuda médica imediatamente. Caso seja realmente alguma alteração suspeita, o médico vai solicitar a realização de exames adicionais para fazer um diagnóstico mais preciso. Afinal, como colocamos acima, o autoexame pode encontrar alterações que “simulam” nódulos ou mesmo identificar nódulos tipicamente benignos. A avaliação do especialista, bem como a realização de exames adequados serão fundamentais para a elucidação diagnóstica.
Havendo o diagnóstico de câncer de mama, o acompanhamento com um mastologista, médico especializado em câncer de mama, é de extrema importância para a manutenção da sua saúde. Isso porque o profissional pode identificar a doença, bem como o estágio em que ela se encontra e, a partir daí, determinar qual é a o tratamento mais apropriado para o quadro da paciente.
Todo mês de outubro, as mulheres são impactadas pelas campanhas do ‘’Outubro Rosa’’, que alertam sobre a conscientização sobre o câncer de mama e a importância da realização da mamografia e do autoexame da mama, permitindo o diagnóstico precoce.
Contudo, não deixe para se cuidar apenas nessa época. Ao tocar os seus seios uma vez por mês, você pode cuidar do seu corpo e manter a sua qualidade de vida.
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